quinta-feira, 18 de março de 2010

O Dirigente Espírita e a Orientação Doutrinária

Por Juca Soares

Alguns centros espíritas ainda mantêm nas suas linguagens e posturas, vícios que se faz necessário trabalhar para que sejam eliminados do seu dia-a-dia. Vejamos alguns exemplos: Você é médium e precisa desenvolver a mediunidade – Existem Dirigentes que ainda usam essa afirmação, sem atentar para o perigo de tal assertiva, considerando que não há como saber se a pessoa é portadora de mediunidade, que só a prática e a experiência poderão confirmar. O fato da pessoa estar sofrendo um processo obsessivo não quer dizer que seja ela médium. A esse respeito, o Cap. I , Meios de Comunicação, de "O que é o Espiritismo", de Allan Kardec, ensina que "até o presente não se conhece nenhum diagnóstico para a mediunidade; todos os que se acreditou reconhecer, não tem nenhum valor. Ensaiar é o único meio de se saber se se é dotado".

É de se considerar ainda que, quase sempre as pessoas estão temerosas, pois nada conhecem da doutrina, vindo de outra ou de nenhuma Religião, com muitos problemas espirituais, e uma afirmativa dessa natureza poderia afastá-las definitivamente do Espiritismo.

A mediunidade é uma missão – Raríssimos são aqueles que têm uma missão a cumprir no campo da mediunidade; a grande maioria traz a mediunidade como uma oportunidade para servir ao próximo, facilitando o aprendizado da doutrina, renunciando a uma série de atitudes que poderiam comprometê-los novamente, embora nem todos consigam superar o orgulho e o egoísmo.

Se você abandonar a Doutrina sofrerá as conseqüências, como se ser espírita fosse um castigo – Caso o médium abandone a Doutrina, mas, se continuar a manter uma vida regrada, orando e vigiando, nada lhe acontecerá; entretanto, se ele for ao Centro Espírita todos os dias, mas não se mantiver vigilante, tentando deixar o orgulho e o egoísmo, o seu problema continuará e poderá até agravar.

O mentor recomendou por isso não poder ser alterado – " Os bons espíritos jamais aconselham senão coisas perfeitamente racionais; toda recomendação que se afaste da linha do bom senso ou das leis imutáveis da natureza acusa um Espírito limitado por conseguinte pouco digno de confiança." (O Livro dos Médiuns, tradução de Eliseu Rigonatti, Lake, 1966).

Em toda a Codificação Kardec alerta de que os Espíritos não têm a suprema sabedoria, por isso é preciso analisar toda e qualquer mensagem que recebermos, especialmente quando vem com recomendação para atividades a desenvolver na Casa Espírita.

Há casos, porém, de Centro Espírita que nada faz sem que tenha a autorização do mentor e se o órgão de Unificação da região quer programar uma atividade em suas dependências isso só poderá acontecer se o referido mentor der o aval, e até para pintar uma parede precisam ouvir sua opinião.

Vá tomar passes que seu problema será resolvido – São Dirigentes que colocam o passe na condição de milagreiro, como se esta simples atitude pudesse tudo resolver, quando se faz necessário explicar para a pessoa que o passe irá ajudar, acalmar, dar condições de encontrar a solução dos problemas, mas que cabe a cada um tomar as resoluções necessárias, inclusive mudar a sua atitude mental, lembrando a recomendação de Jesus de "Orai e Vigiai".

Reuniões para receber mensagens de familiares – No livro " O que é o Espiritismo", no já citado Cap. I, Meios de Comunicação, Kardec afirma que "seria pois, um erro crer-se que todo Espírito pode atender ao apelo que lhe é feito e se comunicar pelo primeiro médium que encontra. Para que um Espírito se comunique, é preciso primeiro que lhe convenha fazê-lo, em segundo lugar, que sua posição ou suas ocupações lhe permitam, em terceiro lugar, que ele encontre no médium um instrumento propício, apropriado à sua natureza."

No entanto, poucos são aqueles que buscam essas atividades e não saem com mensagens de seus familiares. Muitos, porém, acabam desacreditando do Espiritismo, pois sentem que a resposta nada tem a ver com o nome que a assina.

Publicado no Dirigente Espírita no 66 de julho/agosto de 2001

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