quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Que vos importam os médiuns?

Por Orson Peter Carrara

A indagação que usamos como título na presente abordagem foi proferida pelo Espírito Erasto, conhecido personagem da Codificação Espírita, e consta da mensagem Os conflitos1, iniciada com a afirmação de que “Há no momento um recrudescência de obsessão, resultado da luta que, inevitavelmente, devem sustentar as idéias novas contra seus adversários encarnados e desencarnados. (...)”.

E o próprio espírito dá a resposta ao afirmam de que eles, os médiuns, não passam de instrumentos. Sim, realmente. Não há o que discutir, apesar da contribuição do médium quando se esmera pelos caminhos da humildade, do espírito de serviço e dedicação à causa.

Porém, a afirmação da recrudescência de obsessão deve chamar nossa atenção, da gravidade do momento que vivemos. Permito-me, para melhor entendimento do leitor e até pela autoridade do texto do conhecido autor espiritual, algumas trasncrições parciais do mesmo texto que falam por si mesmas, dispensando outros comentários:

a) “(...) Não há individualidade, por medíocre que seja, que não tenha encontrado (...) um Espírito para lhe dizer: ´Tu também serás rei´, e que não se julgue designada a um apostolado muito especial. Há poucas reuniões íntimas e, mesmo, grupos familiares que não tenham contado entre os seus médiuns (...) uma alma bastante enfatuada para se julgar indispensável ao sucesso da grande causa, muito presunçosa para se contentar com o modesto papel de obreiro, trazendo a sua pedra ao edifício. (...)”

b) “(...) Quase todos os médiuns (...) são submetidos a essa perigosa tentação. (...) Por que permite Deus uma prova tão difícil, senão para provar que o bem e o progresso não se instalam jamais sem trabalho e sem luta, para tornar a vitória da verdade mais brilhante pelas dificuldades da luta? (...)”

c) “(...) que querem certos espíritos da erraticidade fomentando entre as mediocridades da encarnação essa exaltação do amor próprio e do orgulho, senão entravar o progresso”? (...)

Vale aqui que nos detenhamos especialmente no item “c”. É exatamente essa exaltação do amor próprio e do orgulho que tem colocado a perder tantas tarefas nobres na mediunidade.

Por oportuno, observemos a continuidade do texto, que poderemos – pela imaginação e pelo raciocínio – trazer para os dias atuais:

“(...) A este, tal espírito promete o segredo da transmutação dos metais (...); àquele um espírito revela supostos acontecimentos que se vão realizar, fixa as épocas, precisa as datas, indica os atores que devem concorrer aos dramas anunciados; a tal outro, um espírito mistificador ensina a incubação dos diamantes; a outros ainda são indicados tesouros ocultos, prometem fortuna fácil, descobertas maravilhosas, a glória, as honrarias, etc.; numa palavra, todas as ambições e todas as cobiças dos homens são exploradas por espíritos perversos. (...)”.

E ainda indica o lúcido espírito um referencial que sempre devemos ter em mente: “(...) é a modéstia o apanágio dos médiuns escolhidos pelos bons espíritos, quanto o orgulho, o amor-próprio e, digamo-lo, a mediocridade são os distintivos dos médiuns inspirados elos espíritos inferiores (...)”. Pois, afinal, como também indica o autor espiritual, o resultado das promessas falazes são “(...) as decepções, os dissabores, o ridículo, por vezes a ruína, justa punição do orgulho presunçoso, que se julga chamado a fazer melhor que todo mundo, desdenha os conselhos e desconhece os verdadeiros princípios do Espiritismo. (...)”.

A mesma mensagem, pela riqueza de conteúdo, estende-se ainda com valiosas orientações. Para não alongar o presente texto, continuamos a abordagem em outro texto que titulamos Caos momentâneo, baseado na mesma mensagem e que continua os raciocínios ora apresentados. O leitor não terá dificuldade de localizá-lo em breve tempo, de vez que elaborados ao mesmo tempo, ambos estão liberados simultâneamente.

Vale dizer que não podemos deixar de indicar a fonte de tão rica e valiosa mensagem, constante e somada a outras preciosidades doutrinárias contidas no livro. Trata-se do livro A Obsessão, edição da Casa Editora O Clarim.

Fonte: Recebida em 25/02/1863 e constante do livro A Obsessão, páginas 209 a 215 da 6ª. edição Editora O Clarim.

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